Suicídio em foco

Na mitologia grega, Édipo se casa com a mãe sem o saber. Na ocasião de uma peste, ele e Jocasta consultam o Oráculo para buscar orientação sobre o problema e lá descobrem que, na verdade, eles são filho e mãe. A esposa/mãe, em virtude da informação, suicida-se; Édipo fura os próprios olhos. Apesar da abordagem mitológica, a questão do suicídio é séria e precisa ser debatida em nossos dias.

Os números apresentados pelos estudos no país devem ser levados a sério. De acordo com o Ministério da Saúde, o suicídio teve um aumento gradativo entre 2000 e 2016: foi de 6.780 para 11.736, uma elevação de 73% nesse período. As maiores taxas de crescimento registradas estavam entre jovens de 15 e 29 anos e idosos.

Hoje, o suicídio está colocado como a quarta maior causa de morte entre os jovens. Esses números são mais alarmantes quando analisados em nível mundial.  Entre os mais jovens, é apontado, segundo a OMS, como a segunda causa de morte; a primeira é a violência.

Mas, o que levaria um jovem a atentar contra a própria vida? Considera-se como a principal causa a depressão. Alguns deles, em virtude de estarem deprimidos, preferem a solidão a sair com amigos. Sozinhos ficam suscetíveis a sentimentos como a tristeza e a solidão e, nessa situação, muitas vezes, dão início ao planejamento do suicídio. Outros, ainda, por abusarem de drogas, desenvolvem um quadro depressivo e veem no suicídio uma saída.

Já os idosos apresentam um quadro diferente dos jovens. A estimativa de vida do povo brasileiro aumentou consideravelmente. Entretanto, esse aumento não veio acompanhado de uma assistência ao idoso que apresenta algumas especificidades as quais podem ser um terreno fértil para o surgimento de depressão.

Pessoas com idade avançada convivem, muitas vezes, com  vários tipos de perdas, como a  de entes queridos, de status, de  vigor físico. Muitos enxergam a morte como solução para o seu estado de sofrimento.

Segundo psicólogos, o suicídio é um processo final de uma dor existencial, ou seja, é o desespero extremo de uma pessoa que não conseguiu dar vazão a esse sentimento. Assim, a morte é percebida como solução para o sofrimento contido. Há de se destacar aqui que o suicida não deseja morrer, o que ele quer é se livrar da dor da alma.

A despeito da abordagem preconceituosa de como é visto no Brasil, o suicídio deve ser encarado como um problema de saúde pública. Sendo assim, para reduzi-lo, faz se necessário o compromisso dos governos nacionais para a criação e implementação de um plano de ação coordenado.

 

 

 

 

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