A herança escravocrata e o combate ao trabalho escravo no Brasil: como romper com o ciclo de exploração

Neste 28 de janeiro, Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, refletimos sobre uma das feridas mais profundas da sociedade brasileira: a herança escravocrata, que ainda perpetua desigualdades e violações de direitos nas relações de trabalho atualmente.

Em entrevista à Fenajud, Hildete Emanuele, professora de Língua Portuguesa, especialista em adolescências e juventudes, e coordenadora de políticas voltadas ao enfrentamento do tráfico de pessoas e trabalho escravo na Bahia, aborda os desafios e caminhos para a erradicação desse crime.

Segundo Hildete Emanuele, o legado escravocrata segue impregnado nas relações de trabalho no Brasil de forma cruel, especialmente no trabalho doméstico. Ela destaca que, apesar dos avanços legislativos, o desconhecimento dos direitos trabalhistas ainda é um dos grandes desafios para erradicar o trabalho análogo à escravidão.

“São muitos os desafios para erradicar o trabalho análogo ao de escravo no país, posso destacar uma maior informação sobre as leis trabalhistas e sobre os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras, avançamos nas legislações, mas muitas pessoas não conhecem os seus direitos; precisamos divulgar mais a lista suja das empresas que praticam o crime do trabalho escravo e divulgar também os canais de denúncia” diz a especialista.

“Mas principalmente precisamos de fato de políticas públicas efetivas que garantam vida digna para a nossa população mais vulnerável e que se encontra numa situação de desespero que vê o convite para a cilada desse crime como uma oportunidade de vida, como uma oportunidade de levar comida para casa e realizar seu sonho de ter uma moradia própria”, afirma.

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